quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Começando diferente


 Sabem, nesses últimos dias, especificamente, nesses primeiros dias de 2013, para ser mais especifica ainda, do meu aniversário para cá, tenho refletido sobre algo que praticamos continuamente e não nos damos conta que, esse algo é como uma pedra no “caminho sobremodo excelente”, que nosso Papai deseja que sigamos por ele. Quero começar por uma “figura” muito conhecida entre os cristãos e com a qual, acredito, eu, todos nós em algum momento de nossas vidas, nos identificamos. É personagem de uma parábola contada por Jesus e tem como título O filho pródigo. Esse jovem que não conhecemos o nome viveu experiências das quais poderíamos tirar várias lições. Mas quero destacar, o pedido feito por ele ao seu pai. Receber a parte que lhe cabia na herança, com o pai ainda vivo. Para nós isso é um absurdo. Aprendi que para os judeus é uma ofensa sem precedentes. Ainda assim ele não se fez de rogado e pediu. Imagino que se tivéssemos oportunidade de entrevistá-lo o filho pródigo nos apresentaria uma série de razões plausíveis para justificar sua atitude, e alguns de nós acabaríamos convencidos que ele estava certo. Do outro lado da mesma história vamos encontrar o irmão do tão conhecido filho pródigo. Também não sabemos o seu nome. Era um filho obediente, sempre trabalhando para seu pai. Um filho que como podemos concluir, sempre honrava seu pai. E que mãe ou pai não gostaria de ter um filho assim? Quando termino a leitura dessa parábola percebo que esses irmãos com atitudes tão diferentes, são muito parecidos. E você talvez me pergunte por quê? A história narra que o tal filho pródigo depois de gastar tudo o que recebera do volta arrependido. Seu pai corre para encontrá-lo, o abraça, penso tenha sido um abraço apertado, coloca-o de volta na posição de filho, e ainda faz uma festa para ele. O irmão vendo isso fica aborrecido, acredito que tenha ficado muito aborrecido, não querendo participar da festa. Seu pai sabendo do que acontecia lhe procura para conversar. Ele alega que sempre serviu ao pai, que nunca desobedeceu a nenhuma ordem sua, e ainda assim nunca teve uma festa em sua homenagem. O pai então o lembra de que tudo que lhe pertencia também pertencia a ele. Vejam, esse irmão tinha como explicação para sua reclamação o seu relacionamento de reciprocidade com seu pai, “Eu cumpro a minha parte e você tem obrigação de cumprir a sua”. Quanto ao filho pródigo não conhecemos as razões que ele alegou para justificar sua atitude de reclamar sua parte na herança enquanto o pai ainda vivia. Mas provavelmente elas existiram. Estou conjecturando. E, o algo, a respeito do qual tanto tenho meditado, é que sempre encontramos razões para justificar nossas atitudes e reivindicações. Em como temos direitos e as pessoas são sempre tão injustas conosco. A resposta que encontrei para esse comportamento é senso de justiça própria. Aprendi que senso de justiça própria é o conjunto de valores que a pessoa cria e emprega para julgar a si mesmo e aos outros. Somos muito bons nisso! Diariamente agimos assim. Para cada atitude uma justificativa legal. E nós os cristãos então, “corremos” para a Palavra de Deus (Bíblia), e a usamos como desculpas, na tentativa de legitimarmos a nossa postura. Um bom exemplo disso são os fariseus. Eram conhecedores da lei. Não havia provavelmente pessoas iguais a eles. No entanto, estiveram diante do Messias, o prometido, que estava cumprindo todos os sinais proféticos dito a seu respeito, e ainda assim não o reconheceram. Suponho que isso tenha acontecido porque aplicavam a lei conforme interpretada por eles, de acordo com seus próprios interesses. E quando nossos argumentos não são suficientes para convencer o outro, ainda fazendo uso da justiça própria o punimos. O que me entristeceu foi constatar que muitas vezes perdi muitos momentos em minha vida que poderiam ter sido de grande felicidade por agir dessa maneira. Constatei também que outros assim como eu perderam e ainda perdem esses momentos que poderiam ser como combustível para enfrentarmos as lutas que a cada dia se nos apresentam. Tomemos novamente como exemplo os fariseus. Estavam diante do Messias tão esperado, o próprio Deus, viram-no face a face, mas por causa de seus senso de justiça própria desperdiçaram a oportunidade de adorá-lo e de se alegrarem n’Ele. E o que dizer do irmão do filho pródigo, não desfrutou da festa que seu pai dava. Não se alegrou com a restauração da vida do seu irmão e não compartlhou da felicidade de seu paizinho que teve de volta o filho que se havia “perdido”. Não pensou na importância daquele momento. Não!

 É assim que somos, egoístas pensando sempre em nós mesmos. Em nossos direitos. Buscamos sempre os nossos interesses.
 “O amor... não procura os seus interesses.” 1ª Coríntios 13.5