quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

“... ainda que eu tenha tamanha fé, a ponto de transportar montes,..."

“... ainda que eu tenha tamanha fé, a ponto de transportar montes, se não tiver amor, nada serei.” 1ª Coríntios 13.2

Estive as voltas algum tempo refletindo sobre a fé que remove montes e sua relação com o amor, porque o texto afirma que uma sem o outro não tem nenhum valor, que nada é.
E, foi surpreendente para mim como algo tão extraordinário como falar ao monte com fé, a ponto de vê-lo ser transportado, removido, de um lugar a outro, não ter a menor importância quando não estamos pelo “caminho sobremodo excelente”. Porque para nós, quando estamos diante de um monte, ou seja, problema, porque é esse o sentido figurado de monte. E, conseguimos que ele seja removido, tenha fim, é um alívio. Não só isso, mas significa a própria felicidade. Afinal, o que estaremos presenciando é o que chamamos milagre. E todo milagre é espetacular, é fantástico, é incrível, é um “show”.
Durante essas reflexões, cheguei a pensar que o Autor estivesse se referindo aos “super-crentes”, aqueles que por meio da fé alcançaram algum milagre, ou alguns milagres. E por essa razão, se tornam pessoas orgulhosas e arrogantes que passam a fazer julgamento de outros que assim como eles confessam Jesus como Salvador, mas ainda vivem circunstâncias difíceis, montes que ainda não foram removidos, dizendo que são fracos na fé, ou que estão em pecado.
Talvez você pergunte: Será possível que mesmo tendo passado por alguma dificuldade, ou dor, a pessoa não se sensibilize com a dor do que sofre? Ou, ainda em nossos dias ainda existam amigos como os de Jó? Eu respondo, como alguém que já passou por situação semelhante: é claro que sim!
No entanto continuava a indagação se seria realmente isso a que se referia o texto. Meditando me lembrei do evangelho de Marcos capítulo onze, versículo vinte três, onde Jesus ensina sobre fé, falar ao monte e vê-lo ser removido. Ao ler e prosseguindo na leitura me deparei com o versículo vinte e cinco de Marcos onze, onde continuando a ensinar, Jesus diz que quando estivermos orando... E qual é o momento em que falamos ao momento, senão aquele em que estamos orando? Se tiver algo contra uma pessoa Ele diz: perdoai. Pois à medida que perdoamos somos perdoados. É interessante notar que Jesus não colocou o perdoai como condicional para a remoção do monte e sim para recebermos o perdão do Pai. Mas alguns vão afirmar que se está subentendido no contexto, eu continuo afirmando que se lermos a partir do versículo vinte do mesmo capítulo veremos que as condições para a remoção do monte são: ter fé em Deus, falar ao monte, não duvidar no coração, crer que se fará o que se diz. Sendo que Ele faz um lembrete sim, quando ensina que ao orar devemos perdoar, o mesmo que está em 1ª Coríntios 13.2, que posso até alcançar o milagre, mas... Se não tiver amor... E o que é o perdão, se não uma atitude de amor? E Lembrando apenas que, assim como o amor de 1ª Coríntios 13. 1-13 é incondicional, assim também o perdão.
Logo mesmo alcançando o milagre se não perdoar, não tiver amor, “nada serei”.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

“... e conheça todos os mistérios e toda a ciência;...

“... e conheça todos os mistérios e toda a ciência;... se não tiver amor, nada serei. 1ª Coríntios 13.2

É interessante notar como nos últimos anos coisas que eram misteriosas para os homens foram sendo desvendadas. Resultados de exaustivas pesquisas científicas, que promoveram o avanço da ciência. Os conhecimentos científicos tem sido acessível a muitos.
Mas o texto de 1ª Coríntios, bem sabe, não está se referindo aos segredos e conhecimentos seculares, não. O autor aqui se refere aos mistérios, segredos e ciência, conhecimento de Deus. E esses mistérios que estiveram encobertos, tem sido desvendados pelo Espírito Santo, aumentando o conhecimento do homem à luz da Palavra de Deus (Bíblia Sagrada). Penso que nunca tivemos tantos estudiosos a esse respeito como nesses últimos tempos. De maneira brilhante defendem teses teológicas.
Hoje são muitos os seminários teológicos, os congressos, as faculdades de teologia. Os títulos se acumulam, tais como os de bacharel, mestre, doutor, doutor em divindade.
Para se subir ao púlpito e ser realmente respeitado é necessário uma graduação acadêmica, seja ela teológica ou não.
Talvez alguns, diante do que está sendo escrito, já estejam se perguntando em tom de crítica: Você é contra o conhecimento, o estudar, a instrução? Logo respondo: É claro que não!
O que de fato se quer dizer é: podemos constatar que à medida que aumenta o conhecimento, aumenta à vaidade, o orgulho, a soberba daqueles que detém o conhecimento.
É possível observar o comportamento dessas pessoas diante dos simples. Subestimam, desdenham, não consideram o que eles falam, ou melhor, não ouvem o que eles dizem. São pessoas que só reconhecem como sábios os teólogos eruditos. Fazem inclusive estudos exaustivos sobre o amor de Deus. Mas o que de fato conhecem sobre esse tema? Se teoricamente dizem conhecer, mas o que vemos, é que não vivem.
De que vale tanto conhecimento? De que valem o desvendar todos os mistérios, se o resultado é a exclusão dos simples?
Aonde esta o AMOR? Esse AMOR que respeita o outro ouve o outro, inclui o outro, aprende com o outro. Mesmo que esse outro seja muito simples.
É na Bíblia Sagrada, a mesma Bíblia Sagrada que os teólogos estudam e pesquisam exaustivamente, que vamos encontrar um sábio, que mesmo sábio, provavelmente por isso tão sábio, não subestimou a sabedoria que há nas coisas aparentemente sem valor, e símplices. Vamos encontrá-lo em Provérbios, no capítulo trinta descrevendo nos versículos de vinte e cinco a vinte e oito, o que aprendeu com as formigas, para isso é preciso se abaixar, a final são tão minúsculas; com os coelhos, os gafanhotos e as aranhas, em algumas traduções, lagartixas. É surpreendente como aprendemos com eles.
Não adianta conhecer “todos os mistérios e toda a ciência”, se não estou seguindo o “caminho sobremodo excelente”, que é o amor que inclui,valoriza, “considera os outros superiores a si mesmo” Filipenses 2.3b.
Por sem esse amor, mesmo tendo todos os títulos teológicos que as academias podem oferecer “nada serei”.
Afinal todos os livros, certificados, diplomas, as traças corroem.